Estamos há vinte anos na região e ainda aprendendo sobre
custos locais. Custos invisíveis e
totalmente ignorados quando da licitação e formatação de preços dos contratos
que precisam ser discutidos e adicionados. É como a VALE faz com a pureza do seu mineral na região:
por gastar menos carvão pelo seu grau de pureza, este é valorizado e embutido
no preço praticado internacionalmente. Os precificar os ativos naturais muitas
explorações se tornarão inviáveis, abrindo caminho para sua substituição
artificial ou com novos produtos. Quanto vale uma arvore derrubada para a
exploração mineral? Quanto vale um riacho, uns pássaros nunca estudos ou
insetos e micróbios que jamais serão conhecidos e que poderiam conter a cura
para certas doenças ou soluções ainda não imaginadas para aplacar os males da
humanidade? Nunca saberemos.
Mas voltando ao custo invisível dos contratos VALE, o primeiro a ser comentado é a experiência de minerar em plena selva, em área de canga, com todos os riscos, adversidades, imprevistos e controles necessários. Qual a garantia que sob aquela terra a ser removida não há pedras de grande porte que inviabilizem o cumprimento do contrato assinado? Aconteceu com a Santa Barbara. O segundo mais visível e preocupante é a qualidade da mao de obra. O trabalhador local não consegue produzir 40%, nas mesmas condições que o trabalhador do sul/sudeste do país. Some-se a isto a baixa qualificação, o grau de instrução inferior, a contratação exclusivamente por indicação que carrega um enorme contingente de pessoas sem formação ou até mesmo contra indicadas para as funções, a distancia colossal das minas, as intempéries e mudanças climáticas.
Mas voltando ao custo invisível dos contratos VALE, o primeiro a ser comentado é a experiência de minerar em plena selva, em área de canga, com todos os riscos, adversidades, imprevistos e controles necessários. Qual a garantia que sob aquela terra a ser removida não há pedras de grande porte que inviabilizem o cumprimento do contrato assinado? Aconteceu com a Santa Barbara. O segundo mais visível e preocupante é a qualidade da mao de obra. O trabalhador local não consegue produzir 40%, nas mesmas condições que o trabalhador do sul/sudeste do país. Some-se a isto a baixa qualificação, o grau de instrução inferior, a contratação exclusivamente por indicação que carrega um enorme contingente de pessoas sem formação ou até mesmo contra indicadas para as funções, a distancia colossal das minas, as intempéries e mudanças climáticas.
O terceiro custo é o transporte para o local de trabalho. As
horas intinere oneram e inviabilizam os custos empresariais. Vem na
seqüência os exames médicos que não captam os problemas de saúde mental, os
psicotécnicos clínicos na forma de
entrevista, apenas para cumprir tabela. Os desarranjos psicológicos de massa,
causados pela ausência da família, pelo uso de drogas e álcool, pelo despreparo
técnico e exigências empresarial nunca são avaliados ou há qualquer programa
para mitigá-los. Grande parte das perdas por roubo, desinteresse ou acidentes
são causados por esta falha, onerando os contratos e atrasando sua finalização.
Um custo considerável que precisa ser esclarecido é a
disponibilidade de ferramentas. Deve ser planejado e realizado com logística
técnica porque pode implicar em pesadas perdas. A manutenção preventiva e as
oficinas de manutenção precisam ser gerenciados por profissionais competentes e
treinados, com capacidade de analise e planejamento. A VALE em Carajás e no
Pará, a despeito de todos os problemas é líder mundial em produção e embarque
de minério de ferro, com alto grau de pureza e muita, muita competência
operacional. Não se trata de qualquer operação de extração mineral. Trata-se da
maior mina de ferro do mundo.
Os custos visíveis
Talvez o principal custo seja a seleção do pessoal nas
sedes, com capacidade para trabalhar em local inóspito e atrasado como as
selvas do Pará. Não se pode embarcar para o Pará apenas os aventureiros, as
empresas precisam enviar gente preparada para gerenciar suas operações. Pessoas
com poder de decisão e capacidade de relacionarem-se com VALE, gerentes,
bancos, funcionários e governo. Pessoas com solidão formação e compreensão de
psicologia de relacionamento e custos. As empresas tem que
contar com 20 anos de atraso tecnológico, então se preparem para fretes caros,
estradas esburacadas, preços elevados e muita demora. Um retardo de dias nas
relações sociais e uma rede hoteleira pequena, despreparada e incompetente. Os
preços estão nas nuvens e nunca, nunca fazer orçamento ou previsão orçamentária
sem conhecer a realidade local. Os preços em geral estão de 20 a 50 por cento
acima do restante do Brasil. Não há margem de negociação porque o mercado é
comprador.
O mesmo acontece com as relações trabalhistas. Há uma
poderosa indústria local, com advogados irresponsáveis e mestres na arte de
ganhar fácil: as empresas não podem subestimar esta indústria. Os sindicatos
são melhores parceiros que os advogados.
Os exames pré-admissionais são absurdamente onerosos, num
mercado cartelizado. O custo por operário é altíssimo. Os treinamentos são
caros e a disponibilidade de tempo precisa ser computado nestes custos. Pode-se
planejar que entre a mobilização total dos empregados até o inicio das obras e
serviços, se gasta em média 60 dias ou mais. Desde a entrega dos documentos,
computa-se como tempo a disposição da firma, portanto passível de pagamento de
salários. Todo o planejamento deve ser
feito com prazo médio de 60/90 dias.
OS RISCOS DO CONTRATO VALE
Nossa vivencia neste quesito é quase sensitivo. Sempre
trata-se de uma relação entre a maior mineradora do mundo e seus parceiros
fornecedores. A VALE não tem consciência de parceria, simbiose ou ecossistema
de suporte. Tem historicamente, talvez herdado dos tempos da ditadura, uma
relação canhestra, de domínio, fiscalização e multa. Não negocia, não entende,
não cede. Então, precisam ler o contrato de serviços, entende-lo ou inviabilizar
o resultado operacional da empresa. O retorno médio e histórico é de 3%, em níveis
asiáticos. Isto se não acontecer nada de grave que gere multa ou atraso na
medição dos serviços. É importante e crucial para seus negócios no Pará uma
equipe de gestão competente, liderança e capacidade de negociação. Os entraves
de relacionamento devem ser resolvidos de imediato, jamais devem ser protelados
problemas e respostas a VALE. As exigências devem ser contratadas e os adendos
devem ser documentados, descritos e precificados. Uma rede de relacionamento
bancário deve ser estabelecida localmente, independente do potencial econômico
da empresa na sua sede ou nacionalmente.
Apenas nos cinco últimos anos, assistimos a saída precipitada do Projeto Carajás das
gigantes ANDRADE GUTIERREZ, HIDELMA, ODEBRECHT, ALUSA, SANTA BARBARA, OAS,
MAQUIPESA, CAMARGO CORREA e dezenas de outras menores e locais, com enormes
dividas e muito recurso retido pela VALE. Não concluíram seus contratos ou se
concluíram, perderam muito dinheiro. Respondem a centenas, talvez milhares de
ações trabalhistas locais. Há um adendo que preocupa todos os consultores
locais: porque todas estavam erradas e a VALE correta? Estamos discutindo a logística VALE de materiais, transporte,
financeira e pessoal. Nossas conclusões
medianas é que estas quebras e perdas são uma estratégia de
financiamento da VALE. Você gera mais-valia e capital de base. Não pagando, a
VALE se apropria destes recursos de forma barata, quase sem custo financeiro.
Portanto, parece-nos ser uma estratégia de engenharia financeira: repasse de
milhões e milhões de dólares na forma de trabalho bruto, o capital sênior do
capitalismo. Este estudo será publicado ainda em 2012, após mais de dez anos de
pesquisas.
Portanto, recomendamos as empresas que vierem trabalhar nas
minas da VALE e outras MINERADORAS aqui no Pará, que contrate empresas como a
ARCARDIA, especialista em analise de contratos e riscos VALE. Temos tecnologia
e know how, além da necessária expertise
para orientar empreiteiros, de qualquer porte ou experiência a atender a
VALE. Por outro lado, a VALE quer também, pelo seu porte, melhorar sua gestão
local. Não é possível que apenas a VALE tenha razão, com tantas empresas
grandes, bem geridas, tendo dificuldades em seu canteiro. Se acompanhou até
aqui a descritiva, entre em contato conosco e agende uma reunião de trabalho,
ou repasse sua demanda por e-mail, que teremos prazer em acompanhar seu contrato.
TERCEIRIZAR GESTAO DA MOBILIZAÇÃO
Uma solução para melhor gerenciar seus custos locais, é
terceirizar sua mobilização, ou contratar uma supervisão e orientação locais a
esta mobilização. Temos toda a experiência da EXCLUSIVA CONSULTORIA, há mais
de 20 anos atuando no mercado local.
FINALIZANDO
Compreendemos as demandas especificas de Carajás
e região pelo fato estarmos aqui, estudando e atuando localmente. Nossa visão
de custos é sedimentada no trabalho de consultoria e em sistemas de gestão e
qualidade. Há dezenas de situações que oneram sobremaneira os contratos e
acordos operacionais, difíceis de serem medidos mas que, na maioria das vezes,
inviabilizam a prestação de serviços a VALE e outras mineradoras. Até a
contratação de mao de obra tem interferência política, com o SINE nas mãos do
prefeito de Parauapebas e outra bolsa de serviços na mãos de um vereador, para
se ter uma idéia dos entraves. Os bancos não agüentam a demanda e são fator de
pesadas perdas de tempo e dinheiro. Planos de saúde são obrigatórios mas uma
salvação, porque não há assistência medica em Parauapebas. Precisamos da
Associação dos Fornecedores da VALE, para melhorar a relação comercial e
assegurar o comercio local.