sábado, 20 de maio de 2017

Acredito no filho



“Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!”, afirmou o jovem



O ex-ministro do STF Teori Zavascki (Ueslei Marcelino/Reuters)


São Paulo – Francisco Zavascki, filho do ex-ministro do STF Teori Zavascki, morto em um acidente de avião no início deste ano, publicou uma espécie de desabafo em seu Facebook nesta quarta-feira (17), após a revelação pelo jornal O Globo de gravações comprometendo nomes como Michel Temer e Aécio Neves.

O comentário, que foi apagado em seguida pelo jovem, sugeria que a operação Lava Jato passou a contrariar interesses do PMDB e, então, precisava ser contida pelo partido. Francisco disse que o PT também estava “aproveitando tudo de bom que o governo dá”, mas que “era incompetente” e “nunca tentou nada para barrar” a operação da PF.

Ao partido de Michel Temer, o filho de Teori endereçou algumas questões incisivas: “Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo?”. Ao fim da publicação, a conclusão é ainda mais direta. “Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!”.

Confira, a seguir, o texto na íntegra:
O PMDB está no poder desde sempre e, como todos sabemos, estava com o PT aproveitando tudo de bom que o Governo pode dar… até que veio a Lava jato.

A ordem sempre foi a de parar a Operação (isto está gravado nas palavras dos seus líderes). Todavia, ao que parece, até para isso o PT era incompetente e, ao que tenho notícia, de fato, o PT nunca tentou nada para barrar a Lava Jato (ao menos o pai sempre me disse que nunca tinham tentando nada), o que sempre gerou fortes críticas de membros do PMDB.

O problema é que as investigações começaram a ficar mais e mais perto e os líderes do PMDB viram como única saída, realmente, brecar a Operação a qualquer custo. Para isso, precisava do poder. Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer.

Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo?

O pai sabia de tudo isso. Sabia quanto cada um estava afundando nesse mar de corrupção. Não é por acaso que o pai estava tão afilho [sic] com o ano de 2017.

Aflito ao ponto de me confidenciar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim!

Que gente sínica [sic]. Não tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que foi apelidado naquele mesmo dia de o “cortejo dos delatados”.

Impeachment já!
Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!”

terça-feira, 9 de maio de 2017

Defesa de Palocci



Defesa de Palocci pede ao STF que liberdade não seja julgada pelo plenário

  • 05/05/2017
  • Brasília
André Richter – Repórter da Agência Brasil
 
A defesa do ex-ministro Antonio Palocci recorreu ontem (4) da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de enviar para o plenário da Corte o julgamento definitivo de um pedido de liberdade. Fachin tomou a decisão após rejeitar pedido provisório para soltar Palocci, preso em setembro do ano passado na Operação Lava Jato.

Saiba Mais
No recurso, os advogados alegam que o ex-ministro deve ser julgado pela Segunda Turma, responsável pelos julgamentos da Lava Jato no Supremo, e não pelo plenário. "A decisão agravada não se sustenta, seja porque completamente desfundamentada, seja porque não pode, a descoberto de razões, subtrair o julgamento do mandamus do seu juiz natural, que é a colenda Segunda Turma", sustenta a defesa.

Ao enviar o julgamento de mérito ao plenário, o ministro tenta obter apoio da Corte para manter as prisões na Lava Jato. Fachin é relator das ações da operação no colegiado e foi derrotado na terça-feira (2), por maioria, na votação que concedeu liberdade ao ex-ministro José Dirceu. Antes da decisão que beneficiou Dirceu, os empresários José Carlos Bumlai e o ex-tesoureiro do PP João Claudio Genú foram soltos por decisão da Turma.

Além dos ministros Edson Fachin, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Gilmar Mendes, que fazem parte do colegiado da Lava Jato, a Corte é formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio e pela presidente, Cármen Lúcia.

Na decisão em que negou liberdade provisoriamente a Palocci, Fachin entendeu que não há nenhuma ilegalidade na decisão do juiz federal Sérgio Moro, que determinou a prisão. "O deferimento de liminar em habeas corpus constitui medida excepcional por sua própria natureza, que somente se justifica quando a situação demonstrada nos autos representar manifesto constrangimento ilegal, o que, nesta sede de cognição, não se confirmou", afirmou o ministro.

Edição: Denise Griesinger