Defesa de Palocci pede ao
STF que liberdade não seja julgada pelo plenário
- 05/05/2017
- Brasília
André Richter – Repórter da
Agência Brasil
A defesa do ex-ministro Antonio Palocci recorreu
ontem (4) da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal
(STF), de enviar para o plenário da Corte o julgamento definitivo de um pedido
de liberdade. Fachin tomou a decisão após rejeitar pedido provisório para
soltar Palocci, preso em setembro do ano passado na Operação Lava Jato.
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No recurso, os advogados alegam que o ex-ministro
deve ser julgado pela Segunda Turma, responsável pelos julgamentos da Lava Jato
no Supremo, e não pelo plenário. "A decisão agravada não se sustenta, seja
porque completamente desfundamentada, seja porque não pode, a descoberto de
razões, subtrair o julgamento do mandamus do seu juiz natural, que é a
colenda Segunda Turma", sustenta a defesa.
Ao enviar o julgamento de mérito ao plenário, o ministro
tenta obter apoio da Corte para manter as prisões na Lava Jato. Fachin é
relator das ações da operação no colegiado e foi derrotado na terça-feira (2),
por maioria, na votação que concedeu liberdade ao ex-ministro José Dirceu.
Antes da decisão que beneficiou Dirceu, os empresários José Carlos Bumlai e o
ex-tesoureiro do PP João Claudio Genú foram soltos por decisão da Turma.
Além dos ministros Edson Fachin, Dias Toffoli,
Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Gilmar Mendes, que fazem parte do
colegiado da Lava Jato, a Corte é formada pelos ministros Alexandre de Moraes,
Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio e pela presidente,
Cármen Lúcia.
Na decisão em que negou liberdade provisoriamente a
Palocci, Fachin entendeu que não há nenhuma ilegalidade na decisão do juiz
federal Sérgio Moro, que determinou a prisão. "O deferimento de liminar em
habeas corpus constitui medida excepcional por sua própria natureza, que
somente se justifica quando a situação demonstrada nos autos representar manifesto
constrangimento ilegal, o que, nesta sede de cognição, não se confirmou",
afirmou o ministro.
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