O texto abaixo foi entregue a todos os vereadores em 2009. Leiam e reflitam.
Neste ano político, vamos analisar brevemente a ação dos vereadores de Parauapebas, mostrando um histórico das ações que não renderam votos, retirando seus autores da cena política da cidade. Para se ter votos indefinidamente como vereador, basta não fazer nada. Isto mesmo, nada. Apenas ser fiel aos seus pilares eleitorais e não fazer nada. Portanto, se sua meta é permanecer na Câmara, pode parar a leitura deste aqui.
Introdução
Apesar da enorme população flutuante, é exigida socialmente a transferência do titulo eleitoral para este município. Incorporam-se milhares de novos eleitores a cada eleição, mas fica uma forte e cada vez mais ampliada base de antigos eleitores, que não vão mais sair daqui. Esta base está dividida percentualmente entre o grupo do Faisal – 22 a 25% e grupo do Darci – 50 a 53%. Portanto temos ai, um resíduo de mais ou menos 25% dos eleitores em tese indecisos, mas abertos a atração por um dos grupos ou a uma interessante nova proposta. Nestas últimas eleições para prefeito, detectamos uma significativa redução da participação do grupo do Faisal, que não se transferiram para o grupo do Darci, mas votaram em outros. É um indicio tímido que o grupo atualmente no poder estaria sofrendo o desgaste do tempo, naquele momento.
Visibilidade e História
Mas o interessante é notar como os vereadores que se posicionam e acham problemas especialmente na gestão do executivo ou na ação da mineradora, logo perdem terreno e não conseguem se reeleger. Quem hoje lembra do José Dias, do Rinio, do Walmir? O povo não perdoou a ruptura com o partido, as hesitações. Com o devido respeito e desculpas antecipadas, O caso mais recente é do Wanterlor. Primeiramente eleito pelo partido, passa a fazer oposição ao mesmo e em seguida o abandona. Mais adiante volta ao partido, deixando claro que não sabia o que estava fazendo. O que num primeiro momento atrai publico, também o afasta, porque gera opinião e demonstra como seu agente pensa e age. Mesmo Odilon e Faisal foram eleitos quando longe dos mandatos, em ações resguardadas e conciliadoras. Os vereadores que mantiveram seus mandatos na última eleição fizeram um para casa perfeita. Mas e daqui para frente? Vão repetir a lição e exemplo do (com todo o respeito e consideração que ele merece) Juca?
Ponderação
Esta percepção de ação tem que ser resguardada, minuciosa e calmamente, num processo de se expor e retrair. Toda ação enseja reação e o executivo não esta morto. Ele tem o poder nas mãos e as câmaras de vereadores não valem nada perante esta ação. Naturalmente os vereadores tem tempo demais e trabalham de menos. Sem criticas vãs, os vereadores e falo de todos, ficam perdidos durante quatro anos, acreditando nas suas ações assistencialistas, nesta razão abandonando seu sonho político, sua carreira. Falando de Parauapebas, não temos nenhum vereador, em quase vinte anos de política eleito para um cargo maior. Nem deputado, nem diretor de estatal, nem comissão estadual disso ou daquilo, nem apoio explicito de grandes grupos econômicos, nada. É preocupante, pois a população de uma cidade como a nossa, com tantos grandes problemas, na sua esmagadora maioria a serem resolvidos longe daqui, não conseguir eleger e manter alguém que possa lá fora falar em seu nome é preocupante. E vejam só, os estudos da Diagonal apontam para um caos nos próximos anos, em que a população chegará a quinhentos mil habitantes. Imaginem, Marabá, com muito mais historia e madura está longe disso. Não é crescimento, é inchaço, inflação. Fica a pergunta: como vamos lidar com isto?
Estudos locais
Nossos estudos mostram uma cidade cada dia mais pobre, mais jovem e iletrada. Mais ilegal e violenta. Estamos construindo, um barril de pólvora social e sinceramente não sei como podemos amenizar ou deter esta explosão, com o agravante de ser logo aqui, neste Estado com relações sociais complexas e relativamente desajustadas, alias, como todo nosso querido país, em que matar e morrer de forma violenta, são ações cotidianas e louváveis.
Conclusão
Portanto, sem motivos para participar, sem planejamento ou objetivos de médio e longo prazos, vemos uma câmara morta, sem direção e metas. Acredito que a reeleição devem sim ser desejada, mas ficam perdidas a oportunidade de excelentes pessoas, que contaram com a confiança do eleitorado, se acabarem rapidamente perante estes mesmos eleitores, por não ousarem ou desejarem algo maior em prol desta população. Como costumava falar com o Chico das Cortinas que, por hesitar, acabou entregando a carteira recheada de dinheiro que lhe foi passada. E assim será com a maioria dos senhores vereadores. Quatro anos são quatro dias. O tempo que sobra, não permite administrar projetos pessoais, a vida fica em compasso de espera. Na verdade ela pede um planejamento de carreira, com ações claras e objetivas em direção a uma meta política. Feito de ultima hora as coisas podem não dar certo e se perdem mais quatro anos.
Ponto de vista
Temos uma visão de como poderiam os vereadores se expor e em conjunto criar condições de participação e crescimento político. Em como contribuir para tornar nossa cidade melhor. Em como ter uma ação destacada na representação externa dos interesses de Parauapebas. Não se trata de estar contra este ou aquele, mas de conciliar, sair da estagnação social a que seus cargos, cuja função é representar, acaba se voltando e anulando suas pretensões maiores.
Neste momento há interesses econômicos criando novas alternativas e grupos localmente. É natural do processo político e social. Mas também trata-se de uma oportunidade que os políticos tradicionais ou novos não se encaixaram ou perceberam. Estes grupos vão representar interesses de quem?
Com protestos de estima, na sincera esperança de não ter ofendido ninguém,
Tempos depois, a ex-deputada federal Bel Mesquita assumiu um cargo federal, de relativa importância. Mas Bel Mesquita esta muito alem da orbita de Parauapebas. Interessante ressaltar aqui, a importância de um planejamento de carreira e da assistência de uma consultoria para se atingir os objetivos da vida política.
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