PRESTAÇÃO
DE CONTAS
Soube
por acaso e por alguns políticos que todos estavam envolvidos na prestação de
contas da campanha passados os trinta dias regulares concedidos pelo TSE.
Admirado com a ignorância e fragilidade jurídica desses cidadãos me perguntei porquê.
E
entendi imediatamente quem temos para nos representar. Porcaria. Esses cidadãos
não se tornam políticos para legitimar liderança, não. Se tornam políticos
porque é mais fácil, outros caminhos, etc. e tal. Como podem deixar para a última
hora algo tão importante para suas vidas? Quem são seus contratados, qual a influência
de sua equipe sobre seus destinos? Assim não dá, vamos para a marcha a ré, vamos
para o limbo e o buraco.
Esses
candidatos se tornaram estrelas e se portaram como tais. Negaram conversações
sobre estruturação de campanha, prestação de contas e marketing. Tinham uma
estranha convicção que todos os 265 candidatos seriam eleitos. Não conversei
com ninguém que não jurasse ter três mil votos. Maluquice? Não, vaidade.
Ignorância.
Nenhum deles dividiu o total de eleitores pela quantidade de
candidatados para tirar o número mínimo de votos para cada um ser eleito. Não
sabem matemática, ignoram estatística e história. Estamos perdidos.
A
câmara não se renovou. Mas seria importante essa renovação? Os jovens que se
colocam já são velhos na malandragem e tem perfeita consciência de que o
público, seus eleitores, são um bando de malucos. Assinam o cheque em branco e
parte, retornando quatro anos depois. E eles se tornam logo especialistas de
fuga, nunca mais encontram aquele eleitor ou grupo que os elegeram.
É
nosso pais, é nossa cultura, destrambelhada, agora com a perigosa ascensão da
religião misturada com política. Onde vamos chegar?
Se
suas próprias contas de campanha não tem valor e fica para a última hora, então
o que dizer de suas contas de gestão? Será que entendem ao menos princípios
básicos e elementares de contabilidade e auditoria? De legislação? De gestão
pública? Afinal o que sabem esses políticos além de malandragem e de vaidade?
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