Metade
dos homicídios em 2016 ocorreu em apenas 2% dos municípios
Estudo é do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública
Publicado
em 15/06/2018 - 12:32
Por Alex
Rodrigues - Repórter da Agência Brasil Brasília
Metade dos homicídios registrados
em 2016 ocorreram em apenas 123 cidades brasileiras, aponta o Atlas da
Violência 2018 – Políticas Públicas e Retratos dos Municípios Brasileiros, do
Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (FBSP).
Juntos, esses municípios
representam apenas 2,2% do total de cidades brasileiras. Apesar de pequenos, os
números são superiores aos de 2015, quando 109 localidades respondiam por
metade das mortes violentas no país. Fato que, para os pesquisadores, indica a
propagação da criminalidade para cidades menores, processo que vem sendo
observado por especialistas desde meados dos anos 2000.
Sob intervenção federal na segurança pública, o Rio
de Janeiro terminou 2016 entre as oito capitais com as menores taxas de mortes
violentas (Arquivo/Agência Brasil)
Entre as cidades com mais de 100
mil habitantes, as mais violentas se concentram nas regiões Norte e Nordeste.
No entanto, o ranking dos 309 municípios com maior taxa de mortalidade é
encabeçado por Queimados, no Rio de Janeiro, com 134,9 homicídios por grupo de
100 mil pessoas.
As quatro cidades seguintes com
os maiores índices de letalidade ficam na Bahia. Com uma taxa de 124,3
homicídios por grupo de 100 mil habitantes em 2016, Eunápolis ocupa o segundo
lugar entre as mais violentas. Em seguida vem Simões Filho (107,7
homicídios/100 mil habitantes); Porto Seguro (101,7 homicídios/100 mil
habitantes) e Lauro de Freitas, com 99,2 homicídios/100 mil habitantes.
Já a relação das cidades com a
menor taxa média de homicídios em 2016 começa com Brusque (SC), onde foi
registrada uma taxa média de 4,8 homicídios por 100 mil haqbitantes. Logo em
seguida ficaram Atibaia (SP) (5,1); Jaraguá do Sul (SC) (5,4); Tatuí (SP) (5,9)
e Varginha (SP) (6,7).
Capitais
Entre as capitais, Belém assumiu
o título de mais violenta de 2016, com uma taxa média de 76,1 homicídios por
grupo de 100 mil habitantes. Pelos dados do Atlas da Violência de 2015, a
capital paraense era a quarta mais perigosa, com 61,8 homicídios/100 mil
moradores. Nesta edição do relatório, Belém é seguida por Aracaju (73
homicídios/100 mil habitantes); Natal (62,7 homicídios/100 mil habitantes); Rio
Branco (62,6 homicídios/100 mil habitantes) e Salvador (57,8 homicídios/100 mil
habitantes).
Alvo de uma intervenção federal
na segurança pública de todo o estado desde fevereiro deste ano, a capital
fluminense terminou 2016 entre as oito capitais com as menores taxas de mortes
violentas, com 25,8 óbitos por 100 mil habitantes. Este grupo é encabeçado por
São Paulo (10,1 homicídios); Florianópolis (17,2) e Vitória (17,2); Brasília
(25,5); Campo Grande (20,3); Curitiba (29,4) e Belo Horizonte (24,8).
No início do mês, o Atlas da Violência já tinha apontado que o estado
do Rio de Janeiro está entre as seis unidades da federação que têm conseguido
reduzir as taxas de homicídios, junto com São Paulo, Espírito Santo, Mato
Grosso do Sul, Pernambuco e Paraná. No documento, os pesquisadores apontam que
a melhora dos índices paulistas se deve, em parte, à preponderância de uma
organização criminosa sobre as demais, o que permitiria que seus integrantes
controlassem o uso da violência, evitando disputas letais.
Edição: Fernando
Fraga
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